quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Vicio


Incalculaveis vezes

Multiplicadas por numeros extensos

Que desconheço

Se partiu na metade

Logo após se estilhaçou

Minusculos pedaços

Tais deles vivo

Tal deles sou

Como se tudo perdese seu brilho

O que restou

Da lembraça de quem nao ficou?

A tortura de rever

Incontaveis vezes o mesmo filme triste

Entorpecendo os dias tão vagos

Recordação doentia

Persegue-me em sonhos, sempre me devolvendo ao mesmo lugar

Na dependencia inevitavel

O gosto, o cheiro, os gestos , a presença

Quaquer pensamentos se torna um só

Isto por si só é exagerado

Doença que mata aos poucos

Pase-se o tempo e fica indolor

Emoçoes cortadas

Mal pareço protagonista de minha historia

Encontro-me mais proxima de plateia

Somente admirando um espetaculo sem muita participação e nem muito entendimento

Ser humano completamente vazio

Preza na vontade

Perdida na saudade

Conformada em ser apenas metade

Malvado tempo

Roubastes meu vicio

E também minha inspiração.

(Mai Kovac)

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