segunda-feira, 26 de abril de 2010

Transição


Sua face invisivel


Me seguiu pela madrugada


Onde ecoa e escorre prazer


Momentos impalpaveis


Desvendarei o seu delirio secreto


Me despeço do exílio


Pois algo me mostra um caminho distorcido


Além do lado oposto


Do fundo do copo


Não há sentença para os mortos


Em alguns dias quase respiro ...

quarta-feira, 24 de março de 2010

Recomeço















Ano passado o telefone de casa ainda tocava

E era para mim

Foram ditas aquelas palavras

Que costumávamos dizer

E hoje minha alma chorou

Nem se quer entendo o que está passando em minha cabeça

A areia passa pela ampulheta

O tempo percorre o destino

Tudo está ficando tão distante

Eu única habitante de meu mundo impenetrável

Não sei o que fazer desta vez

Ainda estou apaixonada

Devolva meus pensamentos

Porque os seus só têm si própria

Pensei ter te visto um dia destes

E foi desesperador

Estou parando de fugir

Então saiba estar alerta

Já consigo adormecer sem sua presença

E aos poucos vou expulsando os seus olhares vazios de meus sonhos

Não é sadio viver rezando esperando que tudo fique bem

Toda vez que saio traço uma trajetória que não nos coloque frente a frente

É bizarro não te encontrar

Na verdade preciso ir além disto,

E sem hipocrisia admito que não é fácil


Ainda lembro-me daquela espera que foi totalmente em vão

Vou por ai a me procurar

Abrindo minhas assas e aprendendo a voar

E começando a me arriscar

Entro no trem e sento ao lado da janela

E vejo tudo passar

Na minha vida sempre foi tudo tão passageiro

Sempre observei todos passarem

Está na hora de evitar algumas portas giratórias

Aquelas que me devolvem para você

Tu nem me perguntaste se estava disposta a conhecer a dor de uma profunda solidão

E resistindo uma lágrima por não haver explicação

Agora não quero cantar uma nova canção amorosa

Ao invés disto estou dando passos largos

Contra o vento e a maré

Não quero que nada cicatrize

Somente estou tentando tirar o vazio

E a inquietação de uma memória invisível

Quero silêncio em meu coração

Para que eu possa recomeçar

Por favor, não me peça para voltar

Chega de viver me menosprezando

A alguns quilômetros daqui o passado não me alcançará

Ninguém vai querer obrigar-me a fazer nada

Ele não vai desejar meu corpo

Eu sei que jamais vou esquecer o que passei

Também parei de implorar em sua porta

Alguma companhia ou qualquer compaixão que sei que não existirá

Parei de continuar anulando minha vida

Serei mais forte que isto,

Preciso ser.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Hoje







Reconstruo todos os detalhes

Ser intocável

Intacto e implacável

Quero verte chegar

Para me tragar e deixar-me passar

Caia na realidade falha

Confessa que gostou

Mulher sem razão

Verdades que ficaram presas em você

Não adianta fingir que não repara

Vai parta, porque sonhar contigo não dá em nada

Estou violentando os seus dias

Desculpe-me, hoje te matei em pensamento

E a sensação não foi tão ruim afinal

Afogue-se no rio de lágrimas que construí no passado

Passeie pelo escuro dentro da sua cápsula protetora
Viva sempre no mundo das sombras

Somos somente um projeto inacabado refletido na parede

Vamos aplauda minha rebeldia

Sou contra a sua pessoa e ao mundo também

Chegarei antes para sinalizar

Uma linha não ultrapassável

Retiro minha alma do meu corpo

Tento esquecer, já está morta

No silêncio do seu quarto

Viva a mesma loucura que me encontro

Jogarei todas suas coisas fora

Enterrarei seu corpo no fundo do meu quintal

Junto com lembranças que me ferem

Agora mal menciono teu nome

...Hoje te vi sofrendo em pensamento

Evitei qualquer reação

Simplesmente lhe tirei o último palpitar

De um coração vazio

Só para provar que não pertenço a você.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Consciência







Venha mergulhado em lama

Pois não possuo armas

Temos algumas sementes plantadas

Deveria me carregar nos braços

Ao invés de desejar-me sob seu colo

Está na hora de podar suas asas sujas

Hoje não morrerei

Passo minha vez, jogue o jogo

Sou expulsa dessa casa

Metade da moeda sem valor

Peça perdida de um tabuleiro sem fim

Agora você está na jaula

Dissolva o ódio no seu sangue maldito

Transformastes minha vida em escuridão

Sou o vento frio em sua nuca

Cavando um buraco enfrente a sua lapide

Pensa que sou apenas reflexo da consciência

Mas na realidade te persigo

Devoro-te, absorvo e enveneno

Fuja de mim que te alcançarei

Revelo meu nome

Então me tema, chegou o dia do acerto de contas.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Espetaculo da vida


"Você pode me perdoar de novo

Figura proibida

Não pretendia te machucar

Todas as noites antes de durmir

Só quero fechar os olhos

As palavras não saem de mim

Estão gritando por dentro

Daria qualquer coisa para matar aquele momento

Em que morremos

O vento está forte lá fora

Assim tudo vai embora

Sou somente transição

Vivo das mentiras que não inventei

O soar disperso

Uma piada na qual ninguém ri
Eu me arrependo

Está só reprimida escondida em algum lugar

O adeus inevitavel

Desejo que vá de uma vez

Pois permanece de qualquer forma

Mesmo se não cicatrizar estará sempre aqui

Isso se faz real sem existir

E se avaliar o que ficou no passado

Nota-se que lá é o seu devido lugar

Todos os dias se resumem apenas em respirar

Até chegar o momento do último ato

Onde fecham-se os olhos e também as cortinas".

(Mai Kovac)



sábado, 20 de fevereiro de 2010

Devaneio


"Você esta fora da linha

Fora so traço

Em outro compaço

Se desatou do laço

Embrulho meus sentidos

Aperto os punhos

Para cesar a dor

Talvez não sou hábil o suficiente

Somente hesitar

Sai da minha mente

Sonho inconcebivel

Milhares de faces parecem a sua

De repente olho e não é ninguem

Já não há o café quente de manhã

Inadmissível eu existir na sua vida?

Fios de cabelo já não encostam na minha boca

Mas minha boca se recorda da sua

Seus sentimentos confusos vem ao meu encontro

Os ponteiros regressam a sua morada

Mulher invisivel ou sou nada?

Trocada por um nada ainda maior

Se te sufoca minha compania

O mundo te liberta mas te prende

Tem sentido ?

Tudo o que habita em mim é mentira

Se fosse verdade ainda seria

Demonstrou sair da minha vida de uma vez

Porem ainda me visita todos os dias

Visita da alma

Evita-se a parte física

É um amor ou religião?

Que não se vê mas se tem fé

Entorpece minha força

Lateja o coração

Que relembra momentos mortos

Ainda é o mesmo perfume?

A mesma temperatura

Os mesmos gestos

Eramos duas pensando ser uma só

Passado me arrasta

Eu vivo, respiro o que restou
Entregue a minha loucura

E o que julguei impossivel aconteceu

A partida somente sua

Que permanece por completa em mim".

(Mai Kovac)









terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Menina ilusão


A poluição da cidade

Impede a aparição das estrelas

A frieza da alma

Apaga o brilho dos olhos

O toque que somente vem do toque

Quem arrancou seu coração?

Tudo é tão lógico

Somos um calculo negativo

Para que fazer planos para algo que não se quer?

Menina ilusão

Por diversas vezes

Utilizou a palavra "SEMPRE"

Sem saber o real significado da palavra

Você não sente nada de verdade?

Jurava um amor inventado

Dizia "SAUDADE"

Não escutava meus passos em seus sonhos?

Então por isso fez de minha vida um pesadelo

Cotidiano é somente esmolar amor

Tem sido assim por muito tempo

A partir de você

Comecei a escrever minha história

Mas no seu livro sombrio

Sou apenas algumas linhas

Tais linhas que mau foram lidas

As mesmas esquecidas em algum lugar.



(Mai Kovac)